O mundo vivia uma revolução em 1969 com fatos marcantes, intensos e lembrados até hoje. Uma inquietude que quebrou barreiras e provocou mudanças em diversas esferas. A Terra acompanhava a chegada do homem à lua. Os Beatles fariam a última apresentação pública e Pelé, um jogador de outro planeta, marcava seu milésimo gol.

Em meio a este turbilhão de acontecimentos mundiais, que afetou e influenciou gerações em todos os lugares, nascia a ACIAS (Associação Comercial,
Industrial e Agropecuária de Sumaré). Na época, os jovens comerciantes Valter Pedroni, Roberto Cordenonsi e Osvaldo Benedito Dias Ferraz abraçaram a ideia e tiraram o projeto do papel. Fundaram a ACIAS que agora chega aos 50 anos renovada, forte a ainda mais conectada com as necessidades do município.

A ACIAS foi fundada em 17 de setembro de 1969. Sumaré havia conquistado sua emancipação político-administrativa um pouco antes, em 1953, mas já vivia um crescimento desenfreado por conta do desenvolvimento industrial. A grande oferta de terrenos atraiu migrantes de todas as regiões do país e a cidade convivia com uma grande expansão urbana.

Com mais gente e indústrias na cidade, o comércio precisou se adaptar. Roberto Cordenonsi, hoje um dos membros do Conselho Fiscal da atual gestão da ACIAS, lembra que até então as vendas eram feitas na base da confiança. “Não havia cadastro, apenas cadernetas. O cliente chegava na loja, negociava com o comerciante e os dois combinavam quanto e em quantas vezes a compra seria paga. No dia combinado, o consumidor ia até a loja e acertava”, relembra.

Com o crescimento populacional e o aumento do número de empresas, a relação entre comércio e consumidor mudou e os comerciantes perceberam que era necessário se readequar aos novos tempos. Era preciso criar mecanismos para proteger e disciplinar o segmento comercial e industrial.

Roberto Cordenonsi, Valter Pedroni e Osvaldo Benedito Dias Ferraz eram membros do Lions Clube de Sumaré, onde discutiram e amadureceram a ideia. Até que no dia 17 de setembro de 1969 a ACIAS era fundada, com eleição da primeira diretoria e discussão do estatuto.

Valter Pedroni foi o primeiro associado e também o primeiro presidente da entidade. “Assumir a presidência me deixou preocupado porque eu era um jovem empresário e não tinha muita experiência. Mas encarei o compromisso com muito trabalho e graças ao esforço de todos consolidamos a entidade”, lembra Pedroni. “Hoje tenho muito de ter sido o primeiro associado e também o primeiro presidente da entidade”, completa.

Ao descrever o início da história da entidade, Pedroni relembra a compra do primeiro lápis e do primeiro telefone. Recordações também compartilhadas por Osvaldo Benedito Dias Ferraz, que relembra a contratação do primeiro funcionário, André Luiz Camacho. “Ele passou 15 dias na ACIC (Associação Comercial e Industrial de Campinas), aprendendo como funcionava uma associação comercial. Depois voltou para Sumaré para aplicar o que tinha aprendido”, conta Ferraz.

Cordensoni conta que uma das primeiras ações da entidade foi a criação de cadastros para as compras a prazo. A obrigatoriedade de apresentação de documento pessoal nas vendas a prazo foi motivo de revolta. “Imagina, naquela época, pedir ao cidadão que apresentasse um documento como forma de garantia? Era uma afronta! As pessoas saíam da loja ofendidas”, lembra. Apesar da resistência inicial, aos poucos a mudança de hábito foi incorporada ao varejo.

50 anos de luta

O primeiro grande desafio enfrentado pela ACIAS foi a mudança da feira livre que funcionava na Praça da República, no Centro da cidade. O funcionamento da feira na Praça Pública, autorizado pela prefeitura, causou revolta entre os comerciantes e a ACIAS assumiu a briga. Depois de anos de negociação com a administração municipal, a feira livre foi transferida para a Avenida Rebouças, onde está até hoje.

O envolvimento com as necessidades da sociedade sempre foi uma marca da ACIAS. Em cinco décadas de trabalho, a entidade protagonizou inúmeras campanhas em favor da população. Uma delas, em destaque no livro “ACIAS – A História que não termina”, de Alaerte Menuzzo, é a doação de 16 veículos às Polícias Civil e Militar, em 1986, resultado da campanha Vamos Dar Mais Segurança para Sumaré. Mais tarde, em 1992, a associação mobilizou cerca de cinco mil pessoas na passeata “Segurança Já”.

Ao longo dos seus 50 anos, foram muitas as batalhas e conquistas da ACIAS. Ao recontarem a trajetória da entidade, Valter Pedroni, Roberto Cordenonsi e Osvaldo Benedito Dias Ferraz não escondem que se sentem honrados de serem os agentes responsáveis pela criação da ACIAS. O sonho que parecia tão incerto cinco décadas atrás é hoje motivo de muito orgulho para seus fundadores.

O caminho até a sede atual

Em 50 anos de existência, a ACIAS já teve oito endereços diferentes. Sua primeira casa foi na Avenida Sete de Setembro, 234, em um prédio locado. Ainda na Avenida Sete de Setembro, a ACIAS atendeu em outros quatro imóveis, todos alugados.

Mudou-se para um prédio na Avenida Antonio Jorge Chebab, 1598, e depois para o primeiro prédio próprio, na Praça da República, 143. O prédio atual da ACIAS, na Rua Antonio Jorge Chebab, 1212, foi inaugurado no dia 29 de julho de 2005.

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