Gestores acreditam que eles são difíceis de controlar.
A entrada da Geração Z no mercado de trabalho tem gerado uma revolução nas dinâmicas organizacionais e na cultura corporativa. Com valores, comportamentos e expectativas distintas das gerações anteriores, esses jovens, nascidos entre 1996 e 2010, representam uma força de trabalho que está moldando o futuro das empresas.
Marcada pelo pragmatismo e pela busca por equilíbrio entre vida pessoal e profissional, a Geração Z exige um ambiente de trabalho que valorize o bem-estar e reconheça seus méritos. Essa postura tem desafiado empresas a adaptarem suas práticas de liderança e cultura organizacional, muitas vezes gerando conflitos intergeracionais.
Até 2030, espera-se que essa geração represente 31% da força de trabalho global, destacando a urgência de adaptação. Para Reyes Suárez, líder de RH da Randstad Professionals, a chave está na interação entre líderes de gerações anteriores e os jovens profissionais, superando preconceitos e promovendo a integração.
Habilidades e Comunicação
Uma pesquisa realizada pelo portal Intelligent.com com 1.243 líderes empresariais analisou a experiência de trabalhar com jovens da Geração Z formados entre 2020 e 2023. Os resultados mostram uma geração “difícil” de se gerir no ambiente de trabalho.
Cerca de 40% dos gestores pesquisados afirmaram que os candidatos não tinham preparo suficiente para ingressar no mercado de trabalho e 88% acreditam que os jovens que aderiram após a pandemia estavam pior preparados do que aqueles que aderiram antes de 2020. Além disso, muitos transformam suas demissões em vídeos virais no TikTok.
Embora frequentemente criticada por falta de preparo prático e dificuldades de comunicação, a Geração Z também apresenta diferenciais. Muitos desses jovens possuem formação acadêmica sólida e domínio de tecnologias digitais, embora possam enfrentar desafios em tarefas práticas, como o uso de ferramentas de escritório tradicionais.
A lacuna comunicacional com colegas de outras gerações também tem sido atribuída à formação à distância durante a pandemia, que limitou o desenvolvimento de habilidades interpessoais. No entanto, especialistas destacam que esse desafio pode ser superado com treinamento e ações que promovam a empatia e o diálogo intergeracional.
Relação com Tecnologia
Apesar de nativos digitais, os jovens da Geração Z muitas vezes se sentem desconfortáveis com tecnologias corporativas que não fazem parte de seu cotidiano. Fenômenos como a “vergonha tecnológica”, relacionados à falta de familiaridade com dispositivos como scanners e impressoras, evidenciam a necessidade de treinamento adaptado a suas realidades.
A relação estreita com os pais também se reflete no mercado de trabalho. Muitos jovens recorrem a familiares para obter ajuda em processos seletivos, o que pode ser visto como um reflexo de superproteção e não necessariamente de falta de competência.
Além disso, a Geração Z é conhecida por sua impaciência com a precariedade laboral e por priorizar salários competitivos. No entanto, muitos não demonstram interesse em assumir cargos de maior responsabilidade, preferindo acumular experiência e preservar sua saúde mental.
O bem-estar e a saúde mental são prioridades para essa geração. Pesquisas indicam que a Geração Z valoriza mais o equilíbrio entre vida pessoal e profissional do que a ascensão hierárquica. Modelos híbridos e flexíveis de trabalho são cada vez mais demandados por esses jovens, que não hesitam em recusar oportunidades desalinhadas com seus valores.
O Futuro do Mercado de Trabalho
Com a Geração Z ganhando espaço no mercado, as empresas enfrentam o desafio de criar ambientes que conciliem inovação, diversidade geracional e bem-estar. Investir em treinamento, diálogo intergeracional e políticas de valorização pessoal será essencial para aproveitar o potencial dessa geração ousada e transformadora.
Esse cenário aponta para um mercado de trabalho em constante transformação, no qual a Geração Z surge como protagonista de uma nova era.
Vale ressaltar que a Geração Z toma muito mais cuidado com a saúde mental e até mesmo assume táticas para lidar bem com o ambiente de trabalho, como a “demissão silenciosa”, que consiste em fazer só o necessário.
Fonte: https://br.ign.com/tech/134526/news/muito-mais-ousados-geracao-z-derruba-todo-consenso-trabalhista-com-sua-entrada-massiva-no-mercado-de